Tudo O Que Você Precisa Saber Para Criar O Seu Plano De Negócio

Quando você se decide a abrir o seu próprio negócio uma das primeiras coisas que devem ser elaboradas é o que chamamos de plano de negócio. Este documento é uma das partes fundamentais para fazer o seu empreendimento rodar.

Contém diversas informações e é uma confecção trabalhosa, mas a partir dele o direcionamento do seu negócio ficará muito mais claro em sua cabeça e na de todos os envolvidos.

Sendo assim, se você quer começar a colocar a mão na massa, começar entendendo melhor sobre o plano e quais são as informações que nele devem estar contidas é o primeiro passo. Aqui você verá o passo a passo da elaboração.

O que é um plano de negócio
A primeira coisa que você deve entender é em relação ao próprio plano de negócio. Do que ele se trata? O que é? O plano nada mais é do que um documento que descreve de forma minuciosa os objetivos do negócio.

Além dos propósitos, também estão elucidados os passos que devem ser feitos para que todas as metas sejam atingidas. O objetivo é dar à ideia de negócio uma estrutura bem mais palpável e sólida.

Um dos objetivos é justamente diminuir as incertezas e riscos atrelados à abertura de um empreendimento. Muitas pessoas percebem que o negócio não é economicamente viável ao elaborar um bom plano.

Sendo assim, o plano de negócio traz todas as informações do seu futuro empreendimento, incluindo detalhes sobre o produto, instalações, mão de obra, fornecedores, concorrentes e até mesmo estratégias que serão tomadas.

De forma bem superficial, é colocar no papel tudo aquilo que você pretende aplicar na prática. Ou seja, o plano de negócios é o PLANEJAMENTO de tudo aquilo que você pretende fazer.

Não se limita somente ao pré-projeto, mas como as coisas serão feitas ao decorrer da operação.

Não é um documento feito do dia para a noite e dificilmente a primeira versão será a final. Quanto mais estruturado e visual ele for, mais fácil será ter bons insights sobre o seu negócio.

Neste artigo nós trazemos os principais pontos que devem conter no seu plano de negócio e especificamos um pouco sobre cada um deles.

A partir disso você já terá uma ideia bem consolidada do documento e poderá até mesmo começar o seu esboço.

Sumário Executivo
A primeira coisa que você deve colocar em seu plano de negócio é o que chamamos de Sumário Executivo. Este conteúdo não é apenas elencar em pontos tudo o que será abordado, como em um sumário comum.

Pontos importantes são esclarecidos aqui, mas não é um tópico extremamente detalhado, pois tudo será descrito ao decorrer do documento. Nem sempre é um tópico fácil, pois lida com questões até mesmo subjetivas do seu negócio.

À primeira vista pode até parecer simples, mas deve ser feito com muito cuidado para que, no futuro, isso ainda esteja alinhado com o que você deseja para o seu empreendimento.

Resumo dos principais pontos do plano de negócio
Dentro do Sumário Executivo você terá que resumir os principais pontos do documento. Entretanto, como dito acima, isso não deve ser feito de maneira muito extensa e nem detalhada.

É uma forma de você começar o seu direcionamento dentro do próprio plano de negócio, o que irá ajudar bastante na confecção do documento.

Dados dos empreendedores, experiência profissional e atribuições
Também é importante trazer as informações principais de todos os empreendedores. Caso seja um negócio individual, então haverá somente os seus dados.

Entretanto, é muito comum começar um empreendimento em sociedade, então neste capítulo terão os dados de todos os envolvidos.

Além de informações básicas (nome, idade, documentos, etc.) também deve constar a experiência profissional de cada um. A ideia é linkar essa experiência com o que poderá oferecer no próprio empreendimento.

Por exemplo, se você pretende abrir um restaurante e já trabalhou vários anos como chef de um, esta é uma atribuição que irá contribuir muito para o desenvolvimento do seu negócio.

Dados do empreendimento
Este tópico é bem simples, na prática, sendo necessário colocar o nome da empresa e o CNPJ.

Entretanto, até chegar ao nome da empresa é que está o problema! Pense com bastante cautela sobre o nome, tente encontrar algo que seja impactante de forma positiva e que seja único.

Hoje em dia há diversas empresas com nomes semelhantes e isso pode prejudicar um pouco na questão da imagem.

Missão da empresa
Qual é a missão da sua empresa? Por que você está criando este negócio? O que você tem a oferecer, de forma diferenciada, ao seu público-alvo? Esses são questionamentos que devem ser respondidos em um trecho.

Muito provavelmente você já acessou diversos sites de empresas que possuíam uma aba somente descrevendo a Missão, Política e Cultura da empresa. Este é um dos pontos que deve ser elucidado no plano de negócio.

Continuando com o exemplo do restaurante, a missão da empresa pode ser algo semelhante:

“Nossa missão é oferecer ao nosso público alimentos de qualidade, orgânicos e que são preparados com as técnicas mais inovadoras, mas também clássicas, da cozinha.”

Setores de atividades
Definir o setor da sua atividade é muito importante para começar a definir público-alvo, concorrentes e assim por diante.

Há uma variedade de segmentos no mercado, mas a seguir selecionamos uma categorização geral para você saber onde é o seu nicho:

Agropecuária
O setor de agropecuária envolve atividades relacionadas com a produção de vegetais a partir do cultivo do solo ou a criação de animais.

Então, se você está pensando em criar um negócio que envolve a plantação de sementes, frutos, legumes, cereais, etc. ou na criação de suíno, bovino, caprino, dentre outros, você se encaixa no segmento da agropecuária.

Indústria
As indústrias são responsáveis por fazer a transformação de matéria-prima em produtos acabados, seja de forma manual ou através de máquinas.

Então, se o seu negócio for uma marcenaria, confecção de roupas, fábrica de móveis e assim por diante, o segmento será industrial.

Comércio
O comércio vende os produtos diretamente para o consumidor. São os tipos de empreendimentos mais comuns, pois apresentam ótimo custo x benefício e o investimento inicial cabe em todos os bolsos.

Prestação de serviços
Como o próprio nome já diz, a prestação de serviços é o segmento que oferece serviços à população. Lavanderia, mecânico, informática e assim por diante.

Definindo as suas atividades e encaixando-a em um segmento ficará muito mais fácil desenvolver o seu plano de negócios.

Para ajudar, você pode buscar alguns exemplos para se inspirar e entender melhor. Por exemplo, se você é do ramo da prestação de serviços, encontre um plano de negócio que seja do mesmo segmento.

Forma jurídica
Escolher a forma jurídica da empresa é um dos primeiros passos, antes mesmo de começar a elaborar o plano de negócio e deve ser discriminada no documento.

A forma jurídica é a forma como a sua empresa irá se identificar perante a lei. As mais comuns são:

Microempreendedor Individual – MEI
O MEI é uma forma jurídica recente, que busca atingir pessoas com baixo faturamento anual, mas que desejam viabilizar seu negócio através de viabilidade técnica e econômica.

Como o próprio nome já diz, é constituído por apenas uma pessoa. Não são todas as atividades que podem usufruir desta forma jurídica (consulte no Portal do Empreendedor).

Empresário Individual
Ao contrário do MEI, que constitui uma pessoa jurídica, o empresário individual responde como pessoa física. Responde com o seu próprio patrimônio.

Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI
Nesses casos a empresa possui apenas uma pessoa, a qual é titular de todo o capital social. Responde com o patrimônio, não com os bens pessoais.

Sociedade Limitada
Nesse caso há a necessidade de ser composta por, no mínimo, duas pessoas. Os sócios podem ser pessoa física ou pessoa jurídica. A responsabilidade varia de acordo com a cota de cada sócio.

Enquadramento tributário
Depois de escolher o tipo de empresa está na hora de avaliar qual é o melhor regime tributário que lhe atenda.

No Brasil foi criado o chamado Simples Nacional, um regime tributário que visa atender menores empreendedores, facilitando o recolhimento de impostos (os quais costumam ter taxas mais atrativas).

Entretanto, nem sempre o Simples será o mais indicado (ou até mesmo possível). Cada regime possui as suas particularidades e, consequentemente, é ideal para diferentes tipos de negócios.

Para descobrir qual é o enquadramento tributário que mais vai favorecer a sua empresa, recomenda-se entrar em contato com um profissional da área para dar as melhores orientações possíveis.

Capital social
O capital social é a soma de todos os recursos necessários para a montagem do negócio (equipamentos, dinheiro, ferramentas, etc.). Quem realiza esses investimentos é o próprio proprietário (ou sócios, se for o caso).

Fonte de recursos
Também é preciso especificar a fonte de recursos, ou seja, de onde veio o capital para viabilizar o negócio. Ele pode ser próprio (seu e dos sócios) ou de terceiros (investidores ou empréstimos).

Análise de mercado
Depois de terminar o Sumário Executivo – que pode dar certo trabalho – está na hora de partir para um dos pontos mais importantes de todo esse estudo: a análise de mercado.

Esta etapa deve ser muito bem fundamentada para que a sua decisão seja tomada da forma mais assertiva possível. Muitos empreendimentos não dão certo justamente pela falta de um estudo de mercado eficiente.

É aqui que você descobre se o negócio que você deseja começar tem real potencial para gerar lucratividade.

Em algumas situações a ideia de negócio pode ser realmente ótima, mas em determinada região ela não atinge as expectativas. Uma boa análise de mercado reduz consideravelmente os riscos do negócio. Veja por partes o que explorar:

Estudo dos consumidores
É imprescindível que você estude a fundo os seus consumidores. Quanto mais informações você tiver sobre o seu público-alvo, melhor.

Neste momento é interessante pensar nas pessoas que envolvem os seus possíveis clientes. Você pode fazer isso respondendo alguns itens:

Sexo
Idade
Faixa etária
Hobbies
Região
Situação financeira
Dores
Expectativas
Etc.
O que você tem a oferecer, seja um produto ou serviço, realmente atende as necessidades e vontades das pessoas do seu raio de atuação?

E caso as pessoas precisem e desejam o seu produto/serviço, elas terão condições financeiras de adquiri-lo? É preciso se aproximar da relação ideal de oferta x procura para que o seu negócio se torne atrativo.

Estudar muito bem os seus consumidores também lhe dará muita vantagem na hora de bolar as suas estratégias de marketing.

Estudo dos concorrentes
Outra classe que deve ser muito bem estudada é a de seus próprios concorrentes. Um erro grave de muitas empresas é fechar os olhos para os concorrentes.

Eles são a maior fonte de informação para o seu próprio negócio, então você deve usufruir ao máximo de dados que estão ao seu alcance.

Olhe para o concorrente e faça uma análise de todos os ângulos: quais são os pontos fortes, pontos fracos, como são os valores, o que os consumidores acham do que é oferecido e assim por diante.

Aprenda com os erros de seus concorrentes sem precisar cometê-los. Assim como você deve se inspirar nos acertos para trazer ideias semelhantes (mas ainda mais melhoradas).

Atente-se às estratégias de marketing também, pois isso te ajudará a ter insights do que fazer e, também, do que não fazer.

Mas se atente: o objetivo não é plagiar o concorrente em nenhum nível, apenas estudá-lo e usar algumas ideias da SUA maneira.

Estudo dos fornecedores
O estudo dos fornecedores é algo pouco falado, mas é de extrema importância para você elaborar o plano de negócio e colocá-lo em prática.

Os fornecedores são os grandes responsáveis pelo sucesso do seu empreendimento, são eles que irão lhe entregar aquilo com o qual irá trabalhar e, futuramente, oferecer para os seus clientes.

Dessa forma, é imprescindível que o fornecedor cumpra com todas as expectativas. Não é somente o preço que deve ser avaliado, mas o custo x benefício, compromisso com seu negócio, entrega e, claro, qualidade.

É preciso avaliar qual é o valor que você deseja agregar nos seus produtos ou serviços.

Muitas vezes o fornecedor é mais caro, porém oferece um produto muito melhor (o que encarece o que você tem a oferecer, mas aumenta o custo x benefício). Ou seja, os consumidores lhe darão preferência.

Para estudar os fornecedores, faça uma relação do que irá precisar, quais são os fornecedores da região e busque avaliações de cada um deles.

Lembrando que nesses casos a questão da logística também é muito importante por uma questão de frete (interfere no custo e no tempo de entrega).

Plano de Marketing
A estratégia de marketing é essencial para que o seu negócio tenha efetivo sucesso. As campanhas são grandes responsáveis pelo desempenho do seu produto ou serviço, afinal, elas atraem o público-alvo.

É claro que os detalhes das propagandas são definidos ao decorrer do tempo, considerando mudanças no mercado, novidades e assim por diante, mas o escopo principal deve constar no plano de negócio.

A seguir há alguns itens que devem ser definidos para que você consiga enxergar potenciais estratégicos em seu produto ou serviço. Cada detalhe conta e a partir dele pode surgir uma ótima campanha de marketing.

Descrição dos principais produtos e serviços
A primeira coisa que você deve fazer é pensar sobre o seu próprio produto. Quais são as principais características dele? Quais são as cores, tamanho, propriedades, possibilidades…

Definir todos esses pormenores é imprescindível para começar com a sua estratégia de marketing.

Nesse momento pode ser interessante apresentar para outras pessoas, assim elas podem apontar características que talvez nem você tenha se atentado.

Preço
Qual será o preço do seu produto? Quanto o seu público está disposto a pagar?

Para definir o preço é preciso, primeiramente, calcular qual é o preço de custo do produto ou serviço. Ou seja, quanto ele custou para ficar apto para ser comercializado.

Nesse valor não inclui somente a matéria-prima, mas a mão de obra, tecnologia, tempo e tudo aquilo que agrega valor. Esse será o valor para que o seu produto se pague.

A partir disso você colocará a margem de lucro em cima de cada unidade ou serviço. O quanto que o seu produto agrega? Quanto você consegue fazer esse produto valer a partir de um bom marketing?

Faça uma análise dos concorrentes, veja quanto o mercado está pagando e quanto seu produto pode valer.

Estratégias promocionais
Quais serão os meios de promover todas essas propagandas? Hoje em dia há diversas formas de promover campanhas, principalmente quando consideramos o marketing digital. A seguir, veja uma lista de possibilidades:

TV
Quando pensamos em marketing muitos ainda remetem às propagandas de TV. De fato, mesmo na era da internet elas ainda são extremamente eficazes, entretanto, o valor para passar uma propaganda da sua marca na TV é muito elevado.

Rádio
O rádio também é uma forma de promoção à moda antiga. Não é tão impactante quanto à TV, mas o investimento também é bem menor e é mais fácil divulgar em uma rede regional.

Jornal
As propagandas de jornal ainda são feitas até hoje. Há aqueles que não abrem mão de ler as notícias por este meio de comunicação. Entretanto, é um público-alvo muito específico, então veja se realmente compensa.

Outdoor
Talvez o Outdoor seja uma dos meios tradicionais de propaganda que mais geram retorno. A promoção em locais bem movimentados traz muita visibilidade para o seu negócio.

Youtube
A promoção feita pela Youtube pode ser de duas maneiras: (1) Anúncios Patrocinados (2) conteúdo próprio.

Os Anúncios Patrocinados são aquelas propagandas que aparecem no início e ao decorrer do vídeo. O conteúdo próprio são os vídeos que a sua própria empresa pode desenvolver.

Normalmente eles são em caráter informativo, ajudando os clientes a entender melhor sobre seu produto ou marca.

Instagram
O Instagram passou de uma rede social para uma grande plataforma de comercialização. Hoje em dia, muitas empresas fazem todo o seu negócio através desta plataforma.

Independente do seu segmento, muito provavelmente você encontrará parte do seu público-alvo no Instagram, então não deixe de promover o seu produto através desta plataforma.

Crie um perfil, poste conteúdos interessantes e faça parcerias com digitais influencers para aumentar ainda mais o seu alcance.

Facebook
O Facebook também é uma grande rede social que, hoje, ajuda muito no comércio. Ele possui um sistema de campanhas, onde é possível promover seu negócio de forma prática, rápida e direcionada para leads em potencial.

A programação dessas campanhas se estende ao Instagram, podendo fazer a divulgação nas duas redes ao mesmo tempo.

Whatsapp
A divulgação por Whatsapp é um pouco mais complicada, pois há a necessidade do número da pessoa.

Entretanto, sempre vale pensar em estratégias focadas nesse aplicativo de mensagem, pois ele é o mais usado no Brasil.

Não necessariamente é preciso investir em todas as plataformas, pense no seu público-alvo e veja quais são as mais utilizadas. A partir disso, foque nas estratégias de marketing usando esses canais de contato.

Estrutura de comercialização
Depois de definir os meios de propaganda, o próximo passo é estruturar quem será o responsável por fazer as vendas. De modo geral, há três possibilidades:

Próprio proprietário
Quando o empreendimento tem pequeno porte é muito comum que o próprio proprietário seja responsável pelas vendas. É necessária ótima gestão para que seja tecnicamente viável essa atribuição de função.

Equipe interna
Outra possibilidade é ter uma equipe interna de vendas, com um setor responsável por fazer o contato e fechar o negócio. Normalmente são empresas de médio e grande porte que possuem um departamento específico de vendas.

Representantes
Uma solução bem comum é optar pelos representantes de vendas. Natura e Avon, por exemplo, são duas marcas enormes que usam esse tipo de estrutura comercial.

Não há “certo” ou “errado” nessa escolha, é preciso pensar no seu produto, público-alvo e demanda no mercado para conseguir escolher uma das formas de comercialização do produto.

Lembrando que a venda é a alma do negócio, então é importante dar devida atenção para essa estruturação no seu plano de negócio.

Localização do negócio
Outro ponto que irá influenciar na promoção do seu empreendimento é o local em que ele ficará instalado caso seja uma loja física.

A escolha do imóvel tem muita influência nos resultados. Há negócios que teriam resultados totalmente diferentes a depender da localização escolhida. Antes de fechar o contrato, avalie alguns pontos:

Avalie o contrato de locação
Certifique-se da segurança da região
Opções de acesso que facilitem a logística de transporte
Fluxo de público-alvo na região
Proximidade com concorrentes
Proximidade com fornecedores
Uma dica é ficar de olho em como é a região em horários diferentes, bem como a depende dos dias da semana. Há movimento a todo o momento? Isso ajuda a escolher o local com maior assertividade.

Plano Operacional
O plano operacional do seu plano de negócio é o momento em que você começa a pensar em toda a estrutura física e de mão de obra que o seu empreendimento irá necessitar.

Normalmente algumas etapas são definidas após escolher o local onde será instalado o empreendimento, pois já terá a dimensão e possibilidades da estrutura. Neste tópico você irá definir:

Layout
O Layout é o projeto de como será o seu empreendimento, ou seja, como as coisas ficarão alocadas no espaço que você tem.

Mesas, cadeiras, bancadas de produção, estoque, caixa, tudo isso deve estar devidamente em planta. Então, como você deve imaginar, não é uma tarefa muito fácil, principalmente se você deseja otimizar o seu espaço.

Um bom projeto possibilita que você aumente sua produtividade, reduza os custos e aproveite ao máximo o espaço (além de oferecer melhores condições de trabalho e espaço mais confortável para os clientes).

Muitos contratam profissionais para fazer essa etapa do projeto, pois pode fazer muita diferença no resultado final. A dica é, caso não contrate um profissional, olhar vários projetos para tirar algumas ideias.

Capacidade produtiva, comercial e de prestação de serviços
Depois de desenvolver todo o layout será possível estimar a capacidade do local. A partir do projeto é possível determinar quanto cabe de estoque, qual será a produtividade e quantas pessoas cabem no ambiente.

Isso é fundamental para que você consiga se planejar da maneira correta, bem como atender seus clientes com o máximo de conforto possível.

Negligenciar o seu limite de capacidade pode causar muitos gargalos entre produção, operação e atendimento.

Processos operacionais
Um negócio de sucesso tem processos e procedimentos operacionais bem definidos.

Isso é válido tanto para pequenos negócios quanto para multinacionais gigantescas. Definir os processos, bem como quem irá executá-los é uma forma de garantir o fluxo de trabalho, além de minimizar os erros.

Nem sempre a fórmula ideal sairá de primeira, mas no plano de negócios é possível ter uma visualização melhor de como as coisas irão acontecer.

Lembre-se de relacionar todas essas questões com o layout, pois desta forma é possível aumentar a produtividade ao desenvolver um fluxo de tarefas mais funcional e ágil.

Necessidade de pessoal
A partir da capacidade e do procedimento envolvido na operação fica mais fácil determinar quantas pessoas são necessárias para fazer o negócio rodar.

Não é incomum começar com pessoal a mais ou a menos, pois é um pouco difícil de saber como as funções serão desempenhadas em conjunto, então é normal a equipe sofrer alterações no primeiro tempo.

Contratar muitas pessoas nem sempre é sinal de eficiência, sendo mais importante ter uma equipe suficiente, porém muito bem treinada e alinhada com as questões da empresa.

Plano Financeiro
Eis que chega uma das partes mais complicadas do plano de negócio, que é o momento do planejamento financeiro. É aqui que você realmente terá noção da viabilidade econômica do seu negócio.

É importantíssimo tentar desenvolver esse tópico da forma mais fiel possível, pois isso irá lhe ajudar no planejamento. É claro que não é possível ser 100% assertivo, mas é possível ter uma grande previsibilidade de custos e ganhos.

Estimativa dos investimentos fixos
Para começar você deve pensar nos investimentos fixos do seu empreendimento. Ou seja, aquilo que você terá que pagar para fazer seu negócio funcionar.

Aluguel, insumos, mão de obra e coisas do gênero são os seus investimentos fixos.

Capital de giro
O capital de giro é o montante necessário para que o seu empreendimento rode durante o mês. Ou seja, a sua receita deve ser maior que o capital de giro para se tornar um negócio viável.

Investimentos pré-operacionais
Os investimentos pré-operacionais, como o próprio nome já diz, são os custos necessários antes mesmo da operação.

A regulamentação da empresa, profissionais envolvidos no projeto, estruturação do local e coisas do gênero podem ser um investimento significativo.

Investimento total (resumo)
O investimento total é a somatória dos gastos citados anteriormente, então: Investimento total = Custos Fixos + Capital de Giro + Investimentos pré-operacionais. Essa conta é o investimento que você terá que realizar para operar.

Estimativa do faturamento mensal
A estimativa do faturamento mensal é quanto você imagina que o seu negócio irá vender durante o mês. A partir disso é possível começar a ter uma ideia da viabilidade econômica do seu empreendimento.

É importante não ser extremamente otimista neste tópico, pois isso pode deturpar a realidade, promovendo maior viabilidade do que realmente teria.

Estimativa do custo unitário
Na hora de estipular o valor de um produto ou serviço é preciso considerar o custo de matéria-prima, materiais diretos e terceirizações para, então, chegar ao valor final do produto.

Depois de levantar todas essas informações e relacionar com a produção será possível determinar quanto aquilo custou para ser produzido.

Estimativa dos custos de comercialização
Além do custo unitário há, ainda, outras coisas que devem ser consideradas na hora de estipular o valor de venda, como os custos de comercialização.

A venda de mercadorias implica no pagamento de impostos e, além disso, ainda tem a comissão dos vendedores. Esses custos são o de comercialização e também devem ser contabilizados.

Apuração do custo dos materiais diretos e/ou mercadorias vendidas
Aqui serão considerados os Custos com Materiais Diretos no caso de indústrias, ou o Custo das Mercadorias Vendidas, no caso do Comércio.

Este conceito é o valor de baixa nos estoques pela sua venda. Para calcular é necessário multiplicar o custo de fabricação/aquisição pela quantidade estimada de vendas. Este é um custo variável que muda de acordo com as vendas.

Estimativa dos custos com mão de obra
O custo de mão de obra também é variado e não é contabilizado apenas o salário, mas todos os benefícios de um empregado.

Para fazer esse cálculo é necessário olhar o piso de cada função e o quanto você pretende pagar aos funcionários.

Estimativa do custo com depreciação
Máquinas, equipamentos, carros e semelhantes são bens que vão se depreciando ao longo do tempo. Isso também deve ser contabilizado no seu fluxo financeiro para você ter o controle do patrimônio.

Estimativa dos custos fixos operacionais mensais
Os custos fixos mensais não se alteram de acordo com a produção ou volume de vendas, sendo itens mais fáceis de serem contabilizados no orçamento.

Aluguel, luz, água, salários e afins terão de ser pagos mesmo que não haja vendas.

Demonstrativo de resultados
Depois de fazer o levantamento de todos os itens anteriores será possível determinar um fluxo de caixa e a partir disso avaliar se o seu empreendimento realmente terá viabilidade econômica.

O plano de negócio dá uma ideia bem interessante de como o seu empreendimento irá se desenvolver com o passar do tempo e quanto deverá ser o seu faturamento mínimo para que ele se torne viável.

Esta etapa do documento é importantíssima e deve ser feita com cautela, como já foi falado anteriormente.

Mesmo que as operações matemáticas sejam relativamente fáceis, é muito interessante ter o suporte de alguém especializado na área para dar mais assertividade para o planejamento financeiro.

Além disso, esses profissionais também saberão escolher o melhor regime tributário de acordo com as expectativas de vendas, fazendo com que você pague o menor valor possível de impostos.

Se o lucro líquido do seu plano de negócio for muito próximo das contas mensais, então talvez seja melhor rever a sua estratégia. Mas, claro, contadores e outros profissionais saberão aconselhar de forma mais assertiva.

Ao decorrer do empreendimento é importantíssimo que o fluxo de caixa esteja devidamente organizado e em ordem, certificando que toda a entrada e saída esteja devidamente catalogada.

Esse controle é fundamental para a gestão financeira da sua empresa. Um empreendimento com uma boa visão de suas finanças tem maiores chances de sucesso no mercado.

Indicadores de viabilidade
Além de organizar um fluxo de caixa no plano de negócio com tudo o que foi descrito anteriormente, há alguns indicadores fundamentais para saber se o seu negócio é, de fato, viável.

Mesmo havendo certo lucro no final do fluxo de caixa isso não quer dizer que seja efetivamente um bom negócio. Antes de chegar a esta conclusão é importante avaliar alguns indicadores de viabilidade, os quais são:

Ponto de equilíbrio
O ponto de equilíbrio é um conceito que representa o quanto o seu negócio necessita faturar para que todos os custos de um determinado período sejam pagos. É possível calcular com duas operações simples:

Ponto de Equilíbrio = Custo Fixo Total / (Receita Total – Custo Variável)

Lucratividade
A lucratividade é um dos indicadores que mais chamam a atenção, pois ele mede o lucro líquido em relação ao quanto de vendas. Está intimamente relacionado com a competitividade, pois com alta lucratividade é possível fazer mais investimentos.

A conta para chegar nesse indicador é bem simples: Lucratividade = (Lucro Líquido / Receita Total) x 100. O número é dado em porcentagem.

Rentabilidade
A rentabilidade mede a atratividade do seu empreendimento, pois tem relação com o capital investido. Também é medido de forma percentual e pode ser determinado a partir do mês ou do ano.

Rentabilidade = (Lucro Líquido / Investimento Total) x 100.

Prazo de retorno do investimento
O prazo de retorno de investimento, muito conhecido como payback, é um conceito que determina o tempo necessário para que o empreendimento se pague.

Ou seja, a partir da mensuração dos lucros é possível saber em quantos anos o próprio empreendimento irá se pagar. A partir daí você começa a lucrar de verdade.

Quanto menor o tempo de payback, mais atrativo será o seu empreendimento.

Prazo de Retorno do Investimento = Investimento / Total Lucro Líquido. Valor dado em meses ou anos.

Construção de cenários
A construção de cenários é uma parte bem interessante do seu plano de negócio, pois a partir disso você começará a tentar extrair uma visão mais estratégica.

Os planos de negócios são realmente eficientes e conseguem traduzir muito da realidade, mas é impossível prever de forma exata como será o desempenho do seu negócio (ainda mais no começo).

Por isso, todo o fluxo de caixa é feito buscando a realidade, mas o que efetivamente acontece na prática pode ser bem diferente.

Dito isso, a criação de cenários é uma forma de deixar você ainda mais preparado para o que pode acontecer.

A ideia é fazer um cenário bem pessimista e outro otimista. Como você vai lidar com essas duas situações?

No caso do cenário pessimista, já bole estratégias de corte de gastos ou novas atividades que poderão gerar maior lucratividade.

O cenário otimista é sempre bacana, mas é preciso saber investir o seu dinheiro, principalmente no início do negócio. Então, se o empreendimento deu muito mais lucro do que o esperado: ótimo! Mas saiba utilizar esse dinheiro com inteligência.

Você pode criar mais de um cenário, quanto mais situações você estiver preparado, melhor.

Avaliação estratégica
A avaliação estratégica é uma forma de você avaliar os pontos fracos e fortes do seu empreendimento, bem como as oportunidades e gargalos que possam surgir. Está muito relacionado com o tópico anterior.

Para desenvolver esta análise dentro do seu plano de negócio, a matriz F.O.F.A. é comumente utilizada. F.O.F.A. é a sigla de: Força, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças.

Entenda um pouco melhor de cada quadrante desta matriz e já comece a pensar em como aplicar este conceito no seu plano:

Análise da matriz F.O.F.A
Forças
As forças devem ser muito bem exploradas. Elas são as características da própria empresa, ou até mesmo dos sócios, que trazem vantagem no mercado e se diferenciam de seus concorrentes.

Alguns pontos a serem explorados são: atendimento personalizado, equipe treinada, localização estratégica da empresa, preço de venda mais atrativo e assim por diante. O que você tem que brilhar os olhos do público?

Oportunidades
As oportunidades são ocasiões que parecem ser favoráveis para algum tipo de inovação, buscando melhorar os resultados e performance da sua empresa.

Alguns exemplos de oportunidades que podem surgir são: queda de concorrentes na região, disponibilidade de ótimos imóveis para locação, linhas de financiamento disponíveis, aumento da demanda, etc.

Saiba aproveitar as oportunidades que estão na sua frente e se destaque dos concorrentes.

Fraquezas
Também precisamos olhar para as coisas negativas. Tente eliminar as suas fraquezas. Assim como a Força, a Fraqueza é algo interno da companhia e que deve ser melhorado.

Exemplos: falta de experiência no setor, funcionários não qualificados, falta de recursos para investimento, custo operacional elevado e baixo retorno, dentre outros.

Ameaças
Assim como há oportunidades que irão nos favorecer, há as ameaças que podem nos prejudicar. Elas são relacionadas aos fatores externos e é importantíssimo preveni-las para saber lidar com elas.

Exemplos de ameaças: escassez de mão de obra qualificada no mercado, poucos fornecedores na região, criação de impostos elevados, exigências legislativas, violência da região e coisas do gênero.

Uma ideia bem interessante para elaborar a matriz F.O.F.A. no plano de negócio é fazer um brainstorm para juntar todas as ideias. A estratégia de colocar na matriz o que vem à mente também é ótima para criar novos cenários.

Quanto mais preparado você estiver para as diferentes situações, sejam positivas ou negativas, melhor será a sua gestão e sucesso.

Avaliação do Plano de Negócio
Depois de seguir todos os itens descritos neste artigo, muito provavelmente o seu plano de negócio já estará devidamente estruturado.

E a partir disso, acabou? Claro que não! É imprescindível uma avaliação minuciosa do plano.

No momento de desenvolvê-lo muitas ideias vão aparecendo, mas desde o início ao fim da confecção deste documento muita coisa pode mudar (incluindo a sua própria visão sobre alguns tópicos).

Sendo assim, a revisão deste documento antes de considerá-lo a versão final é fundamental. Faça anotações, questionamentos, coloque novas sugestões e assim por diante.

Ou seja, a primeira versão deve ser feita a lápis! Claro que não é preciso levar ao pé da letra, mas é para entender que as alterações irão surgir ao decorrer do desenvolvimento e posterior avaliação.

A revisão por profissionais também ajuda bastante a organizar e estruturar melhor o documento. Quanto mais estruturado ele for, mais preparado você estará para colocar a mão na massa.

Por isso, não seja negligente com esta etapa. Será um pouco cansativo, mas não deixe de revisar o documento.

Benefícios de um plano de negócio bem feito
Já falamos ao decorrer deste artigo quais são os principais benefícios de um plano de negócio bem elaborado, mas aqui trazemos um compilado de vantagens que você terá se o seu documento for bem feito:

Direcionamento
O primeiro deles é o direcionamento que você terá ao decorrer de toda a sua jornada. Ter seu próprio negócio não é nada fácil e nos sentimos perdidos nos próximos passos constantemente.

Tendo este documento fica muito mais fácil saber qual será a sua próxima ação. A fácil programação faz com que tudo flua da melhor maneira possível.

Corte de custos
Quando você começa a discriminar toda a sua ideia no papel é possível notar como que, de fato, o seu empreendimento vai funcionar e quais são os gastos atrelados a isso.

Tendo uma visão panorâmica de todo o investimento, desde os mínimos detalhes, fica muito mais fácil enxergar estratégias para o corte de gastos.

Então você já começará o seu negócio de forma muito mais enxuta e econômica.

Novas possibilidades
O mesmo se aplica para novas oportunidades. Quando você começa a ver tudo no papel o seu cérebro será invadido por insights e eles são ótimas oportunidades para pensar em coisas novas.

Use e abuse do plano de negócio para criar novas coisas para o seu empreendimento, bem como “consertar” aquilo que aparentemente não é a melhor das ideias.

Quando deixamos apenas em nossa cabeça tudo parece ideal, mas ao transmitir as ideias para o papel as coisas começam a mudar (tanto para o lado positivo, que é o caso de novas possibilidades, quanto para o lado negativo).

Estratégias mais assertivas
Depois de estudar seus clientes, mercado, fornecedores, localização e todos os pormenores do seu novo empreendimento, será muito mais fácil desenvolver estratégias eficazes para melhorar a performance do seu negócio.

Com todo o tempo de maturação do plano de negócios será possível pensar em tudo e tomar as decisões de forma muito mais assertiva.

Menores riscos
Depois de toda uma análise de mercado, bem como detalhes financeiros, os riscos ficarão mais expostos.

A partir disso é possível tentar mitigá-los logo no início, aumentando as chances de sucesso.

E, claro, a partir do fluxo de caixa e seus indicadores é possível avaliar se o risco de abrir um novo negócio efetivamente vale a pena.

Maior lucratividade
O resultado final de todo este trabalho é o que todas as empresas desejam: maior lucratividade. Sendo assim, faça o plano de negócios com muita cautela, pois ele só trará benefícios.

Bem, depois de tudo o que foi dito, resta começar a esboçar o seu plano de negócios.

Como dito anteriormente, o plano de negócio é um documento complexo, então ele não sairá do dia para a noite. Não deixe de consultar um profissional para lhe ajudar em todo este planejamento de negócio.